Quer que as crianças cresçam gostando de fazer atividades na natureza? Inspire-as desde cedo a gostar deste tipo de viagem, cheio de aventura e de descobertas. As possibilidades são muitas: de uma trilha na mata a um rapel nas pedras, de um passeio de bicicleta ou a cavalo a uma exploração de cavernas. O Estado de São Paulo tem inúmeros lugares ótimos para serem explorados por toda a família. O melhor? Esse tipo de viagem ajuda a reforçar os laços entre pais e filhos – pequenos, médios e grandes! Veja minhas sugestões:
1) Campos do Jordão
Campos é a cidade de inverno mais queridinha do Brasil. Em plena Serra da Mantiqueira, ela tem hotéis excepcionais, uma cozinha razoável, centrinhos de compras e muitas, muitas atividades outdoor (embora muita gente prefira ficar nos chalés, esquentando em frente à lareira).
Uma das atrações mais clássicas é o Horto Florestal – onde há trilhas lindas para caminhadas ou passeios de bicicleta (você pode alugar lá). Mas você ainda pode: ver borboletas no Borboletário Flores que Voam; visitar os 26 jardins temáticos do Parque Amantikir; brincar de tirolesa, arborismo e outros esportes radicais no Centro de Tarundu; ir de trenzinho até Santo Antonio do Pinhal curtindo a paisagem de araucárias ou mesmo aproveitar a vista da subida de teleférico do Morro do Elefante (não tem criança que não curta!).
Não volte sem: subir a Pedra do Baú, que fica na cidade de São Bento do Sapucaí, do ladinho de Campos.
Época ideal: julho, quando há o Festival de Inverno e o Palácio Boa Vista abre para visitas.
Idade: desde bebê.


2) Brotas
A cidade natal do cantor Daniel entrou para o mapa pelos esportes radicais – pero no mucho. As atividades na natureza são muitas: mergulhos em piscinas naturais, caminhadas até cachoeiras, visitas a nascentes (como a famosa areia que canta)… Ali, até as crianças pequenas podem fazer arborismo e tirolesa (tem mini em todos os parques), rafting (tem de todos os níveis de dificuldade), flutuação no rio, cavalgadas. Para as maiores, há canyoning, caiaque e passeios de quadriciclo. Entre outros muitos programas.
Não volte sem: observar as estrelas no Planetário de Brotas.
Época ideal: no verão, quando o rio Jacaré-pepira está caudaloso e a temperatura da água (e do ar) é melhor!
Idade: melhor a partir dos 5 anos.


3) Socorro
Essa cidade próxima a Águas de Lindóia é uma mini-Brotas. Em plena Serra da Mantiqueira e cortada pelo Rio de Peixe, Socorro tem muitos programas legais: trilhas na mata, raftings mais suaves, canionismo, rapel em rocha, tirolesa e caving (exploração de cavernas)…
Não volte sem: comprar um casaco de lã nas malharias da cidade.
Época ideal: agosto quando tem a festa da padroeira da cidade e a Festa do Morango.
Idade: melhor a partir dos 5 anos.


4) Petar
O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, em Iporanga, é a porta de entrada para quem quer explorar grutas e cavernas. Há mais de 300, mas apenas 12 estão abertas para a visitação. O uniforme aqui é calça comprida (velha) e tênis (velho e leve mais de um pois você vai molhar). É obrigatório visitar o parque com o guia e você pode contratá-los na sua pousada ou no centro da cidade. Atenção: não é indicado para crianças menores de 8 anos pela dificuldade de acesso – e pela escuridão (só lanterna, gente!). Algumas cavernas têm pedaços com água a serem atravessados. É muita adrenalina! A região também é ótima para caminhadas, mergulhos em cachoeiras, prática de rapel, boia-cross e cascading.
Não volte sem: passar um minuto inteiro na mais completa escuridão!
Época ideal: se você aguentar o frio, é o inverno, pois as cavernas não estão cheias de água.
Idade: a partir dos 8 anos.


5) Ilhabela
Para quem gosta de natureza, essa ilha é um destino interessante. Não apenas pelas suas praias quase virgens – como Castelhanos e Bonete -, mas também pelas suas trilhas na mata, avistação de cachoeiras e do alto de morros, passeios de jipe. Para quem mergulha com oxigênio, há ainda um mundo enoreme a ser explorado no fundo do mar – com direito a navios naufragados e tudo mais. Detalhe: o canal de São Sebastião, bem em frente, é rota de golfinhos.
Não volte sem: fazer um passeio de lancha ou de barco a vela.
Época ideal: para curtir a parte de dentro da ilha, o ideal é evitar o verão, época de borrachudos.
Idade: melhor a partir dos 6 anos.


6) São José do Barreiro
Essa cidade é a base para explorar o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Há inúmeras trilhas, de diferentes níveis de dificuldade, com muitos riachos e cachoeiras a serem descobertos. Mas o principal passeio mesmo é para quem já tem bom preparo físico: o trekking da Trilha do Ouro. Com três dias de duração em média, ele refaz parte do caminho do ouro no século 18 (das Minas Gerais até Angra dos Reis). Assim, acredite, ainda há trechos com piso de pedra.
Não volte sem: provar o feijão tropeiro da Dona Licéia, restaurante tradicional, na cidade vizinha, Bananal.
Época ideal: entre maio e agosto, quando chove menos.
Idade: a partir de 12 anos.

7) São Luiz do Paraitinga
Essa cidadezinha do Vale do Ribeira é conhecida por seu belo casario colonial e pelo cultivo à cultura caipira. Embora tenha sido destruída por uma enchente em 2012, ela foi restaurada com a ajuda da população e hoje está lindinha de novo. Os passeios na serra em seus arredores são outro grande atrativo. Há trilhas na mata, banhos de rio e mergulhos em cachoeiras.
Não volte sem: comprar um delicado e colorido artesanato local.
Época ideal: na Folia do Divino, no Festival de Inverno e, principalmente, no Carnaval, que resgata os blocos de rua e as marchinhas.
Idade: desde 10 anos.


8) Atibaia
Essa cidade a menos de 50 quilômetros da capital é uma escapada perfeita para os finais de semana. O principal passeio é a subida até a Pedra Grande. Como o caminho até lá é muito íngreme, a melhor alternativa para as crianças é fazer um passeio de jipe. Lá de cima dá para a Serra da Mantiqueira, linda no horizonte. Prepare-se se estiver com adolescentes, pois é dali que partem os voos de parapente e de asa-delta. Já entendeu, né? Atibaia também tem uma reserva ecológica com trilhas supersinalizadas – inclusive divididas em cores. As crianças vão adorar percorrer de bicicleta – elas levam a mirantes e cachoeiras.
Não volte sem: comprar um bonsai do paisagista Osamu Hidaka.
Época ideal: durante a Festa do Morango, em setembro.
Idade: desde bebê.


9) Barra Bonita
Aquele mesmo Rio Tietê que corre bem pardo e pesado na cidade de São Paulo, aqui está claro e leve. Ele é a atração principal da cidade, claro. Para ver como funciona a maior eclusa do estado, embarque em um cruzeiro – há passagem pela barragem está prevista no trajeto e a criançada poderá ver as comportas se fechando e a água preenchendo o espaço para fazer o nivelamento do rio (são 26 metros de desnível!). Um dos roteiros levará ao encontro com o Rio de Piracicaba, ali, a distância entre as margens é de seis quilômetros!
Não volte sem: visitar a estação de piscicultura onde são criados peixes para equilibrar ecossistema do rio.
Época ideal: verão, o rio está mais caudaloso.
Idade: desde pequenino.



10) Broa
Essa represa de Itirapina, no interior de São Paulo, também conhecida como Represa do Lobo, é uma espécie de resort de campo – de luxo. É possível fazer esportes aquáticos como caiaque, vela, esqui aquático ou wakeboard… Mas há, no entorno, trilhas para caminhadas ou cavalgadas, rafting, de níveis 1 e 2, ou boiacross, e ainda canyoning nas Cachoeiras do Saltão e Passa Cinco, e escalada no Morro do Cuscuzeiro.
Não volte sem: participar de um luau na beira da represa.
Época ideal: inverno, mais seco.
Idade: a partir de 10 anos.

11) Lagamar
Essa região, na fronteira com o Paraná, abriga a maior área contínua de Mata Atlântica ainda existente no Brasil. Ela compõe, entre outros, o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Cananéia, a cidade de Iguape e a Ilha Comprida. Minha filha veio me ajudar a escrever, acabou de fazer um estudo do meio por lá: a principal característica de Lagamar são as grandes lagoas de água salgada, o manguezal, a mata de restinga, a praia arenosa e o costão rochoso. Ali você pode fazer passeios de barco, ver caranguejos em seu habitat natural e, se você tiver sorte, golfinhos. E, claro, nadar no mar (geladinho).
Não volte sem: provar as ostras fresquinhas cultivadas pela cooperativa Cooperostra. .
Época ideal: no verão, para poder entrar no mangue sem sentir frio depois!
Idade: a partir de 10 anos.
